sábado, 31 de janeiro de 2015

Meeting Music Festival


Primeira Semana da Visibilidade Trans fechará com chave de ouro! amanhã, dia 01/02, a Cia da Diversidade realiza o Meeting Music Festival e nós estaremos lá, pra fechar a semana da visibilidade trans. Então convide as amigas e os amigos e vamos festejar.
Serviço:
Meeting Music Festival
Endereço:

Praça da Cultura Cora Coralina, atrás do Teatro Goiânia (Centro)
Horário:
A partir das 12 horas.

Primeira Semana da Visibilidade Trans


sexta-feira, 6 de junho de 2014

Nota de Apoio ao Evento Xereca Satânica

Sobre a matéria publicada em 03 de junho pelo jornal goiano Diário da Manhã sobre suposto “ritual satânico” a respeito de um evento intitulado “Xereca Satânica”, realizado na Universidade Federal Fluminense (UFF), nós, do Coletivo Fluidez, gostaríamos de nos solidarizarmos com as feministas da UFF e apoiar a perspectiva performativa como um ato político. O objetivo do apoio é principalmente evitar a perpetuação de preconceitos e deturpações acerca de manifestações artísticas e de cunho cultural, cujo cerne era essencialmente de protesto.

É necessário contextualizar o ato, que não se tratou de nenhum “comportamento da Idade das Trevas”, como pontuado por alguns veículos de comunicação, mas que foi realizado como protesto performático contra uma onda crescente de estupros no município de Rio das Ostras – a qual, inclusive, não ganhou espaço na mídia.  De acordo com informações circuladas na internet pelos organizadores e organizadoras do “Xereca Satânica”, o evento foi realizado por alunos e alunas do curso de Produção Cultural dentro da programação de uma disciplina cujo tema era Corpo e Resistência, que incluiu não somente a performance final, mas momentos de apresentações de seminários, discussões sobre as temáticas de opressões que as mulheres sofrem cotidianamente.   

Dessa forma, quando contextualizamos o ato e a performance em seu devido lugar, como uma manifestação sobretudo artística, remetemos a autoras como a filósofa feminista Beatriz Preciado, que nos lembra que “as práticas artísticas e políticas performativas não encontram seu lugar próprio no corpo individual, visto que são sempre uma transformação dos limites entre o espaço privado e o espaço público. A performance é sempre a criação de um espaço político” (PRECIADO, 2004, p. 9, tradução nossa). A estratégia de reapropriação da sexualidade feminina como um lugar de reinvindicação política e estética também não é novidade para autoras como Judith Butler (2002), que a denominará “inversão performativa do insulto” (apud PRECIADO, 2004, p.8). 

Lamentamos a deturpação dos fatos em prol de um sensacionalismo midiático, cada vez mais reiterado nos meios de comunicação e que em nada contribui para a reflexão crítica de sujeitos sociais. 

Texto escrito por Paula Nogueira (jornalista e pesquisadora de gênero e sexualidade). Edição: Coletivo Fluidez.

Referências bibliográficas
BUTLER, J. “Acerca del término queer” en: Cuerpos que importan. Sobre los límites materiales y discursivos del “sexo”, Trad. Alcira Bixio, Buenos Aires : Paidos, 2002

DIÁRIO DA MANHÃ: Festa na UFF será investigada pela PF por ter rituais de magia negra e orgias sexuais.
 Goiânia, 03 jun. 2014. Disponível em: <http://www.dm.com.br/texto/178945-festa-na-uff-sera-investigada-pela-pf-por-ter-rituais-de-magia-negra-e-orgias-sexuais>. Acesso em: 03 jun. 2014. 

PRECIADO, Beatriz. Género y performance: 3 episodios de un cybermanga feminista queer trans... Disponível em: <www.hartza.com/performance.pdf>‎.

sábado, 24 de maio de 2014

CONSUNI aprova uso de NOME SOCIAL na UFG

Dia 23 de maio de 2014 foi um dia histórico para aquelas e aqueles que lutam pelo combate às opressões de gênero e de sexualidade na Universidade Federal de Goiás, pois foi aprovado, por unanimidade, na reunião do CONSUNI a resolução que dá direito a pessoas travestis e transexuais a utilizarem nome social dentro da UFG. 

Esse direito garante que professores/as, técnico/a-administrativos/as e estudantes transexuais e travestis sejam chamados/as "oralmente pelo nome social, sem menção ao nome civil, inclusive na frequência de classe e em solenidades como colação de grau, defesa de monografia, dissertação ou tese, entrega de certificados e eventos congêneres, entre outras situações da vida acadêmica. Os documentos com efeitos externos, como histórico escolar e certificados, no entanto, serão emitidos com o nome do registro civil, já que a resolução é interna à UFG" (SITE UFG, 2014).

Sem dúvidas, uma grande vitória no âmbito da luta contra preconceitos, segregações e exclusões sociais. Parabéns a UFG!

Coletivo Fluidez. 

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Chamada para Reunião do dia 23 de Maio de 2014



Pessoas, a reunião do CONSUNI será importantíssima, pois lá serão votados projetos muito importantes para o futuro da universidade, como, por exemplo, o de Nome Social e a normatização da Coordenação de Ações Afirmativas. Por favor, não deixem de participar.

Data: 23 de maio de 2014.
Local da Reunião: Auditório da Biblioteca.
Horário: 14 horas

Atenciosamente,
Coletivo Fluidez.

Coletivo Fluidez - Fluindo por todos os lados



Giórgia Neiva e Matheus França, membros da Comissão Acadêmica do nosso Coletivo Fluidez, publicaram um texto apresentativo do grupo na Revista Geração Z, que é voltada sobretudo para público juvenil. A importância da divulgação em revista de ampla circulação visa somar forças com pessoas engajadas nas lutas contra opressões de gênero e sexualidade. Vale lembrar que nosso grupo no Facebook acolhe quem se interessar, independente das distâncias e fronteiras geográficas e afins. 

Segue link que direciona à Revista Geração Z. Leiam sem moderação!

Clique aqui para acessar Revista Geração Z

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Sobre (in)visibilidades

O contato com a diversidade na infância evita certos tipos de estranhamento desde cedo. Do mesmo jeito que a criança aprende a achar algo 'esquisito', ela aprende a achar normal. A criança vai sim ao brinquedo "procurando coisas". Os/as bonecos/as são, também, um ambiente em que a criança busca sua identidade. E o que geralmente elas encontram?




Não são genitálias, mas são corpos que seguem um padrão de beleza, são "homens" musculosos, "mulheres" magérrimas e peitudas, e ambos predominantemente com um padrão de traços europeu – branco, diga-se de passagem-, mulheres de cabelos compridos ou cortes "femininos", homens de cabelos curtos e cortes "masculinos", roupas com cores "de mulher ou de homem", ou seja uma enorme imposição de gênero. Mas ok, há aqueles brinquedos que têm como objetivo transmitir ao máximo a realidade, através das expressões das e dos bonecos e bonecas, de sua pele, forma, seus movimentos e até sons. E nestes há sim genitália. Mas claro, uma genitália normatizante, binária. 


Sequer* se considera a/o intersexo, que já nasceu com a genitália "ambígua", imagine só quem, desde pequeno/a, já sofre com a falta de identificação com seu corpo (trans)? E todos eles e elas brincam!** E até em seu brinquedo não encontram um lugar confortável. Volto a afirmar: o contato desde cedo com as diferenças, redireciona o estranhamento: estranha-se o preconceito e não o diferente.


Existem no mundo pessoas cadeirantes, existem pessoas com “falta de membros”, existem pessoas negras, pessoas cuja genitália desviam da norma social, existem pessoas velhas, "feias", “gordas”, com Síndrome de Down... enfim, ELAS EXISTEM! A criança, assim como qualquer outra pessoa, irá interagir com elas em algum momento, não é mesmo?! Qual o problema em representá-las? Não seria a falta de representação, no sentido imagético mesmo, uma das causas do sofrimento psíquico de muitas delas? Porque a beleza refere-se somente as pessoas ditas normais, que se sentem inclusive no direito de desrespeitar e denominar quem não se parece com elas de anômalos/as e outras babaquices mais?


*Sequer porque, diferente dxs trans, essas pessoas já nascem com as duas genitálias mais ou menos desenvolvidas. É, portanto, um aspecto fisiológico, tão adorado pelxs biologicistas e religiosos da depressão, tão utilizado pra justificar preconceitos: “O que deus fez, homem não muda”, “não se pode ir contra a natureza” e bla bla bla...

**Acredito que a maioria dessas crianças realizem a cirurgia antes de entrarem em contato com sua genitália, mas somente de pensar nas condições sociais das crianças no mundo todo fica óbvio que nem todas passam por cirurgia ao nascer. Em ambas as circunstâncias, devemos pensar nos discursos ouvidos por elas, que por vezes revelam, posteriormente, sobre sua mudança.
Dificilmente uma criança que não têm condições de adquirir brinquedos, não entra em contato com eles por outros meios.
Ficam aí várias sugestões de pesquisa! ;)

Um pouquinho mais sobre os assuntos:

Ø Moda inclusiva:
(Não gosto do “Who is perfect” , mas confesso que chorei com as expressões das pessoas...)

Ø Deficiência não define, o gozo é inteiro:

Ø Mulheres negras , deficiência e invisibilidade:

Ø Filme XXY, Dirigido por Lucía Puenzo


Texto escrito por Enoe Isabela com ajuda de Matheus França que está correndo loucamente pra fazer o TCC, mas ainda conseguiu um tempinho pra ajudar! Ambos integrantes do Coletivo Fluidez.